sexta-feira, setembro 04, 2009

Dhampir: o Vampiro Cigano






Os ciganos estão ligados ao vampirismo como auxiliares de Conde Drácula, situação imortalizada na obra máxima de Bram Stoker, Drácula. Os servos ciganos de Drácula morreriam (ou, principalmente, matariam) pelo seu Mestre, entrando em luta com o grupo que foi destruí-lo no final da obra de Stoker. Mas a realidade é mais complexa e os ciganos europeus também têm o seu mito vampírico: dhampir.
Os ciganos acreditavam que alguns vampiros tinham um desejo sexual insaciável, retornando das sepulturas para fazer amor com sua viúva ou uma jovem da sua escolha, sendo que a repetição das visitas levaria a mulher a ficar grávida. O filho desta relação era denominado "dhampir", sendo que este tinha poderes especiais para detectar e destruir o vampiro.
Alguns "dhampirs" modernos entre os ciganos da Europa Oriental vangloriavam-se de sua habilidade em localizar o vampiro, que era morto a tiros depois de localizado fora da sua sepultura. Outros que se autodenominavam "dhampirs" complementavam sua renda oferecendo-se como caçadores de vampiros, embora o "dhampir" era um membro normal da comunidade de ciganos e tivesse que proteger sua comunidade. Já outros ciganos acreditam que o verdadeiro "dhampir" possuía um corpo escorregadio, gelatinoso e que tinha vida curta, crença esta derivada do conhecimento de que os vampiros não têm ossos. Os poderes do "dhampir" podiam ser transferidos para a prole masculina e, em última instância, através de uma linhagem familiar. As habilidades para caçar vampiros poderiam ser herdadas, mas não ensinadas e, conseqüentemente, aprendidas.
Scott Baker escreveu um romance sobre os "dhampirs", associando-os a uma linhagem de "dhampirs" originados na família de Elizabeth Bathory, famosa condessa que torturou e assassinou várias jovens virgens, desejando o sangue das suas vítimas para manter-se eternamente jovem.

Artigo escrito e pesquisado por Orivaldo Leme Biagi, tendo sido publicado originalmente no fanzine Juvenatrix.

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terça-feira, setembro 01, 2009

Povo Cigano e o Sincretismo






Para entender o que ocorre hoje em relação à magia cigana no Brasil, é necessário distinguir entre os ciganos reais e os simbólicos. Os ciganos reais tendem a seguir a religião dominante no país em que vivem; assim, no Brasil, a grande maioria deles se diz católica, onde vem crescendo a sua ligação com a Umbanda.É justamente aqui que surgem os ciganos simbólicos: desde o início, a Umbanda incluiu no seu panteão, povos de diversas origens, incluídos na linha do Oriente. Foi aí que os ciganos se incorporaram à Umbanda. A princípio, era apenas mais um pequeno grupo de entidades, a que a imaginação popular dava um aspecto e um comportamento estereotipados, inspirados na visão romântica dos ciganos. Freqüentemente, essas entidades tinham personalidades poucas definidas, como a “Ciganinha” ou a “Cigana da Estrada”, com o tempo, entretanto, ocorreu uma mudança. Embora não se possa dizer qual é o peso disso no total da população cigana no Brasil, o certo é que alguns ciganos, ou descendentes deles, aproximaram-se da Umbanda.O intercâmbio entre as duas culturas teve como resultado a sofisticação crescente do trabalho com espíritos ciganos, que adquiriu feições próprias, quase independentes do restante do culto. Hoje em dia, muitas pessoas que trabalham com espíritos ciganos não se consideram de Umbanda e realizam sua devoção de forma independente de qualquer culto organizado: é um culto essencialmente individual e doméstico, resultante, em geral, da simpatia ou da curiosidade a respeito dos ciganos. Essas pessoas tendem a seguir também as devoções dos ciganos reais, inseridas no catolicismo. A religião formal seguida pelos ciganos é complementada pela crença no sobrenatural, trazida de suas origens indianas e das regiões por onde passaram (principalmente a Europa Central e a Mediterrânea), onde ainda hoje sobrevive a bruxaria originária da antiga religião da natureza. Muitas dessas crenças podem ser encontradas entre as práticas mágicas da população brasileira herdadas talvez em parte diretamente dos ciganos. A festa mais importante comemorada pelos ciganos e o dia de Santa Sara (24/25 de maio). Desde 1997, os ciganos comemoram também o dia de São Zeferino, o primeiro beato (e futuro santo) cigano.Santa Sara – segundo relato cristão, poucos anos depois da morte de Jesus, José de Arimatéia fugiu da Palestina, levando consigo a Maria Jacomé, Maria Salomé, Lázaro e suas irmãs Maria e Marta. Esse grupo aportou na costa francesa na foz do rio Ródano, a partir de onde Lázaro realizou seu trabalho apostólico por toda a província romana da Gália; o local tornou-se, por isso, um dos grandes centros de peregrinação da Europa Medieval.O resultado do encontro da religião antiga com as novas crenças cristãs foi o surgimento, na região, do culto de uma santa negra, provavelmente o sincretismo da Grande Mãe-Terra pré-cristã com a Virgem Maria (o que foi muito comum na Europa, durante a Idade Média).De acordo com uma lenda, o grupo de José de Arimatéia trouxera uma escrava negra chamada Sara; outra versão diz que Sara era uma habitante do lugar, que acolheu os exilados, seja como for, cresceu na região da Camargue o culto de Santa Sara. Embora Sara não seja canonizada (e seja, possivelmente, uma figura lendária), é aceita pela igreja como uma santa popular regional.Quando os ciganos chegaram à região, em meados do século XV, já encontraram estabelecida a devoção à santa negra. Seu aspecto lembrou-lhes uma importante deusa hindu, geralmente cultuada pelas castas inferiores, Kali, a negra, consorte de Shiva (o destruidor), que representa o lado ameaçador da Grande Mãe. Assim, para os ciganos, Santa Sara tornou-se Sara Kali, passando a ser com o tempo a grande padroeira de todos os ciganos.São Zeferino – Zeferino Gimenez Malla foi um cigano nascido na Catalunha (Espanha) em 1861; seu apelido era “El Pelé”. Comerciante de cavalos, Zeferino levou vida nômade até os quarenta anos, quando fixou residência na cidade espanhola de Barbastro, aonde chegou a ser o patriarca dos ciganos. Seguidor da religião católica, tornou-se catequista, apesar de ser analfabeto. Muito caridoso, auxiliava ativamente todos os pobres da região. Em 1936, Zeferino, com 75 anos, tentou defender um padre que estava sendo maltratado por milicianos. Preso, foi fuzilado na noite de 09 de agosto, junto com outros prisioneiros. A data comemorativa de “São Zeferino do Cavalo Branco” é 4 de maio em que o cigano foi beatificado.As oferendas e os feitiços relacionados aos espíritos ciganos misturam o estilo da magia européia com alguns elementos da magia de origem africana. Assim, predominam as oferendas e simpatias colocadas em lugares exteriores, os banhos aromáticos, os ingredientes nacionais (frutas, pimentas, cereais, feijões e especiarias de uso comum) os potes de barro, mas também são usadas poções, velas, defumações, cristais, moedas, pregos, etc... de origem européia.

Fonte: Tsara do Cigano Pablo

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segunda-feira, agosto 03, 2009

Santa Sara de Kali





Comemoração - 25 de Maio A Cigana Escrava que Venceu os Mares com sua Fé e Virou Santa ------ Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara, uma cigana escrava, foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões. Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rhône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer. Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias. Sua história e milagres a fez Padroeira Universal do Povo Cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio. Segundo o livro oráculo (único escrito por uma verdadeira cigana) "Lilá Romai: Cartas Ciganas", escrito por Mirian Stanescon - Rorarni, princesa do clã Kalderash, deve ter nascido deste gesto de Sara Kali a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço que é a peça mais importante do seu vestuário: a prova disto é que quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana se diz: "Dalto chucar diklô" (Te darei um bonito lenço). ém de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mer no Sul da França, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como oferenda um Diklô, o mais bonito que encontrassem.

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terça-feira, junho 23, 2009

A lenda da Cigana Yasmin






por Pérsia Phloergilda Pedroso

Um grupo de ciganos chegou ao Chipre, a pérola do Mediterrâneo.
Conta uma lenda antiga que Vênus, a deusa da beleza e do amor, nasceu das águas espumejastes de Chipre.
Não é difícil compreender por que os antigos acreditavam nesta fabula; a ilha, fulgurante de luz e de cores, circundada por um mar límpido e azul, é realmente um lugar encantador.
E esse lugar tão lindo foi testemunha de um acontecimento com a cigana Yasmim.
O grupo Natasha estava acampado em Limassol, quando as moças do grupo foram para a "água grande"(a praia) para se banhar e se divertir.
Em dado momento, a cigana Natasha veio correndo avisar que a água tinha levado Yasmin embora.
Correram todos do grupo para a água grande, para socorrer a cigana, mas nada viram: o mar havia tragado seu corpo.
O grupo todo se ajoelhou e começou a rezar.
Permaneceram ali para esperar que a água grande devolvesse o corpo da cigana.
Passaram-se vinte e um dias e nada aconteceu.
Quando se completaram vinte e três dias, á noite, a Lua cheia surgiu e clareou toda a ilha.
O cigano Vlaz, que era o pai de Yasmim, foi para a areia e começou a rezar de olhos fechados.
Em dado momento, abriu os olhos e avistou um peixe grande que, pulando, veio em sua direção.
Ele ficou paralisado com o que via.
A cigana Yasmim sai das águas e se dirigia a seu pai..
Yasmim deu ao pai uma concha grande e pediu que a entregasse ao Kaku como prova de tudo o que ela dissera; e, voltando para a água grande, desapareceu.
Vlaz foi para o acampamento e revelou o acontecido ao Kaku.
Na manhã seguinte, o Kaku revelou o acontecimento para o grupo e resolveram levantar acampamento.
Embora tristes, sabiam que, daquele momento em diante, a cigana Yasmim seria sua protetora na água grande.
Quando os ciganos se despediram de Chipre, o povo da localidade ofereceu para cada cigano um pão.
Essa é uma tradição da ilha.
Depois, os ciganos foram embora de Chipre, viajando em cima da água grande para outros países.
È por esse motivo que o grupo Natasha tem um enorme respeito pelo mar; é por isso, também, que os membros do grupo não energizam pedras em águas salgadas e evitam se banhar no mar.
No dia 02 de fevereiro, o grupo Natasha leva para o mar presentes para a cigana: comida, doces, Frutas, perfumes, pó-de-arroz, sabonete.
Também faz um coração de flores brancas e oferece a Yasmim nas águas grandes.
Todo o grupo se ajoelha na areia da praia e reza em agradecimento, pedindo proteção.
Fazem isso porque essa história se passou no dia 02 de fevereiro de 1902, quando o Kaku era o cigano Romão, avô da cigana Yasmim.
Yasmim tinha pele clara, cabelos e olhos pretos.
Suas Roupas:
Iasmim usava vestido longo na cor azul-celeste, com mangas bufantes que iam até os cotovelos.
Seus Adereços:
Ela trazia na cabeça, em dias de festa, um diadema de pérolas.
Nas orelhas usava brincos de ouro, com águas-marinhas e pérolas.
Sua Magia:
Essa Cigana fez a passagem muito jovem, mas já tinha suas cartas com os símbolos do seu clã.
A fase da Lua da sua preferência era a cheia.
Suas oferendas devem ser colocadas sempre em frente ao mar e, se for possível, sempre no dia dois de fevereiro: foi nesse dia que foi para o mundo espiritual, no mar, próximo a Ilha de Chipre.
Cigana Yasmin só aceita velas azuis

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