sexta-feira, janeiro 18, 2008

Museu da Cultura Cigana




Matéria publicada em 6/10/2007 - Cultura cigana ganha museu no Brasil.

Maxpress Net, Jornal Novas Técnicas (*18).


Uma iniciativa espetacular!

O museu destaca por meio de grandes telas e painéis em impressão digital, a história dos diferentes povos ciganos além de retratar o quanto essa cultura influenciou a música, as artes, a culinária e as danças em diferentes povos.

Único no país e o primeiro que se tem notícia no mundo, o Museu Escola da História da Cultura Cigana já está em funcionamento na cidade de Santo André, estado de São Paulo, alicerçado na história de uma das etnias mais polêmicas e apaixonantes do planeta.

Das perseguições sofridas pelos faraós egípcios, pela Santa Inquisição da Igreja Católica e pelo regime nazista de Adolf Hitler, surge um preconceito em todo o mundo que encobriu a verdadeira cultura cigana, cuja raiz é a liberdade de expressão, alicerce em que os idealizadores do museu se basearam para direcionar o trabalho e as exposições.

"O aspecto lúdico do museu ficará por conta do mundo mágico que cerca toda a tradição cigana: danças, mistérios, lendas, a prática da adivinhação, cartas, quiromancia e os mais diversos rituais baseados nas forças dos elementos da natureza que estaremos mostrando aqui", diz Albino Granado.

O museu destaca por meio de grandes telas e painéis em impressão digital, a história dos diferentes povos ciganos além de retratar o quanto essa cultura influenciou a música, as artes, a culinária e as danças em diferentes povos.

Os visitantes também farão uma viagem pela inspiradora magia do circo, influenciado e comandado por muitos empresários, saltimbancos, artistas e domadores ciganos. Outro destaque é o ateliê do cigano calón Daniel Rolim, com peças de artesanato em cobre, bronze e ouro, feitas no local.

"O respeito à família, sua origem e identidade são marcas que estarão dispostas em todos os painéis do Museu, que deverá atrair visitantes de todas as idades assim como pesquisadores, professores e universitários", conta Albino Granado, pesquisador e estudioso da cultura cigana, e coordenador geral do museu.

Uma visita ao Museu Escola da História da Cultura Cigana revelará ainda que muitas celebridades brasileiras e internacionais são de fato, filhos legítimos de ciganos e/ou descendentes de povos ciganos. Presidentes, atores, atrizes, palhaços, cientistas e muitos outros trataram em vida de forma diferente as suas origens, ora escondendo-as para não sofrerem preconceito, ora orgulhando-se e ajudando a preservar esta importante identidade cultural mundial.

"Foram anos de pesquisa histórica, a seleção de mais de 1500 fotos e centenas de peças para chegarmos a um resultado que fosse capaz de mostrar o valor da trajetória desse povo, que tanto contribuiu para a história das mais diversas sociedades", diz Marcos Dechechi, pesquisador, publicitário, escritor e um dos idealizadores do Museu.

Outro diferencial interessante do espaço é o fato de ser um museu escola. Serão selecionados estagiários das faculdades de turismo para serem treinados como monitores e recepcionistas, com direito a certificado de estágio.

O museu foi montado com recursos dos idealizadores, patrocínios e doações de empresas da região, que deram sua contribuição para que o projeto saísse do papel e fosse capaz de estimular nas pessoas valores de cidadania, participação solidária e respeito às diferenças culturais.

Faz parte da programação, a realização de cursos práticos e teóricos, conferências, debates, seminários sobre as tradições ciganas e além de promover intercâmbio com instituições congêneres do Brasil e do exterior.


Museu Escola da História da Cultura Cigana

Rua Igaraçu, 146 - Vila FlorestaSanto André

Telefone: (11) 6829-2164

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Nossa Senhora do Sorriso - UMA LENDA CIGANA



A devoção à Nossa Senhora da Paz teve início no século XI, na cidade de Toledo, antiga capital da Espanha. Esta cidade foi evangelizada no início da era Cristã, sendo um dos maiores centros religiosos da antiga Europa onde foi construída uma célebre Catedral dedicada à Virgem Maria, muito venerada pelo povo, pois dizem que ali a Mãe Santíssima com o menino Jesus nos braços apareceu a Santo Hidelfonso.

Nesta época, a cidade era habitada por ciganos de origem moura. E embora houvesse um tratado de paz assinado entre o rei espanhol e eles, os espanhóis inconformados com as normas deste tratado resolveram durante a noite com homens armados expulsar todos os ciganos daquela cidade. Só que a notícia da expulsão vazou, e os ciganos souberam antes... Que na noite seguinte, seriam expulsos dali... Precisavam fazer alguma coisa... Tiveram então singular idéia... Cheios de tristeza saíram pelas ruas em procissão, velas e terços na mão, andor com uma estátua da Virgem, vestidos de negro, levando avós e filhos... Pediam à Nossa Senhora que abrandasse o coração daqueles que os tomavam por seus inimigos. Eles eram pessoas de fé!

O milagre então aconteceu! Os espanhóis estavam armados, dispostos a expulsar a todos dali, foram preparados para enfrentar resistência, e o que viam? Um povo entre lágrimas, mães segurando crianças, homens amparando velhos, todos rezavam com fervor... Que importava então se eram ciganos, misturados com a raça dos mouros, hereges e anárquicos? Ali se via apenas um povo sofredor! A fé não era a mesma? Os ciganos também eram filhos de Deus! Ante o poder do andor da Virgem, baixaram as armas, tiraram os chapéus e se uniram aos ciganos na procissão que eles faziam. A ira dos espanhóis tornou-se benevolência e a tristeza dos ciganos transformou-se em alegria. Os dois povos se juntaram e o cortejo entrou triunfante na cidade e dirigiu-se à Catedral. Renderam graças a Virgem Maria por haver trazido a paz, na cidade de Toledo. Neste momento a imagem de Nossa Senhora começou a sorrir, e afim de perpetuar esta graça tão singular, foi instituída a festa de Nossa Senhora da Paz no dia 9 de julho. Não se sabe se os ciganos tiveram a ver ou não com o sorriso da estátua, mas ele aconteceu... Em Toledo, até hoje, Nossa Senhora da Paz é chamada de Nossa Senhora do Sorriso, e é sempre invocada quando existe discórdia, divisões, e desentendimentos entre as pessoas.

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Flores em Simpatias

FLORES

É com tristeza que observamos que certos hábitos antigos, de grande beleza e simbolismo, hoje em dia estão em extinção. A Linguagem das Flores, por exemplo, é uma delas. As pessoas hoje em dia parecem conhecer apenas o simbolismo das rosas e dos cravos, esquecendo-se de todo o resto.
A educação moderna não se preocupa mais com esse tipo de coisa, considerada ultrapassada por muitos. Quando há necessidade de um toque de romantismo ou de elegância, porém, as pessoas se ressentem de não ter mais esse tipo de cultura.
Muitas coisas das Linguagem das Flores não foram impostas nem descobertas, mas surgiram, normalmente envoltas em lendas e mitos de rara beleza, que, hoje em dia, estão totalmente relegados ao esquecimento.
Constituindo um ramo delicado e belo das Simpatias Ciganas, as Simpatias com as Flores, que se utiliza dessa Linguagem, prestam-se não apenas a reviver essa tradição como também a disseminar conhecimentos que precisam ser preservados.
Nas coisas no amor, principalmente, e do relacionamento mais sincero entre as pessoas, com toda certeza essas simpatias terão grande emprego. No conhecimento da linguagem e das lendas, seguramente estaremos levando um pouco dessa cultura em extinção.


PARA PROVAR O AMOR

Quem ama está constantemente necessitando e exigindo da pessoa amada a confirmação do seu amor também. Parte é por insegurança, parte é por necessidade de receber atenção e carinho.
Entre os ciganos, quando alguém quer manifestar isso, pedindo que a pessoa amada jamais deixe de pensar nela, costuma mandar um buquê com sete miosótis azuis.
Na Linguagem das Flores, isso significa um pedido nunca ser esquecido(a).
Observação: o uso dessa flor com esse significado surgiu com uma lenda muito antiga, entre os ciganos alemães. Conta essa lenda que um casal de apaixonados passeava à beira do rio Danúbio.
A moça percebeu, então, uma flor azul, da cor do céu, que boiava na superfície, achando-a muito bonita. O cigano imediatamente se dispôs a apanhá-la para a amada, mas caiu e foi arrastado pelas águas, sem que ela pudesse audá-lo.
Desesperado, ele ainda alcançou a flor e jogou-a para a margem, onde estava a sua amada. Pediu a ela que não o esquecesse e desapareceu para sempre nas águas.

PARA AGRADECER PELA FELICIDADE

Poucas flores possuem tantos significados como a do alecrim, com seu azul repousante e místico, que vale por uma oração, tamanha a sua beleza singela e significativa.
Ao invés de mandar rosas vermelhas declarando um amor ardente, os jovens ciganos apaixonados mandavam buquês de flores de alecrim. Na Linguagem das Flores, isso significa um agradecimento pela felicidade que o amor que lhe é dedicado proporciona.
Observação: segundo uma lenda cigana, essa planta tão significativa teve uma origem milagrosa, surgindo na estrebaria, onde Jesus nasceu. Diariamente, após banhar o sagrado corpo de Jesus Cristo, Nossa Senhora atirava a água sempre no mesmo lugar e ali brotou uma planta nova, com um perfume intenso e agradável.
Após a morte de Cristo, quando ele foi levado ao sepulcro, seu corpo foi perfumado com a mais fina essência de alecrim e uma coroa de suas flores foi posta em sua cabeça, tecida por Maria Madalena.

PARA PROTEÇÃO

Quando a pessoa amada viaja, a cigana deseja a ele toda a sorte e todo o sucesso na sua viagem, bem como seu breve regresso. Para isso, costuma pôr na janela uma simpatia, usando, para isso, um vaso de flores que cultiva especialmente para isso, conforme descrito numa das Simpatias para Viagem, nos capítulos iniciais.
Uma das flores mais usadas para isso é a malva, tanto a de flores brancas quanto a de flores violetas, que faz com que a viagem seja protegida e tenha bom termo.
Observação: conta uma lenda cigana que uma caravana chegou a uma terra desconhecida e se estabeleceu ali provisoriamente.
Um cigano se encontrava em viagem, como se podia ver pelo vaso de malvas posto numa das janelas de seu carroção. Alguns gadjos apareceram a sua procuram, dando a certeza de que queriam encontrá-lo para matá-lo, porque se julgavam ludibriados em um negócio. Para avisá-lo do perigo que corria, sua esposa não hesitou em espalhar pelo caminho flores e folhas de malva.
Retornando da viagem, o cigano imediatamente percebeu que algo estava errado, porque aquela planta somente era cultivada por sua esposa e naquele país não havia malvas. Tomando as devidas cautelas, escapou da emboscada.

PARA CONQUISTAR UMA MULHER

Uma das reações mais comuns das mulheres, diante dos primeiros avanços de um conquistador, sempre foi o de demonstrar certo desprezo e certo orgulho.
Para um cigano, conhecedor da Linguagem das Mulheres e da natureza feminina, essa era uma reação esperada, que não o desestimulava, mas significava um incentivo para insistir em sua missão.
As primeiras resistências eram quebradas quando ele mandava buquês de camélias brancas e rosas. Se não eram devolvidas, era sinal que o orgulho e o desprezo eram parte do charme da mulher.
Se eram devolvidas, ele não desistia da mesma forma e buscava novas formas de chegar ao coração daquela mulher.
Observação: as camélias já eram conhecidas dos ciganos, desde sua passagem pelos países da Ásia. Algumas mudas eram cultivadas por mulheres ciganas e usadas para simpatias, quando seus maridos ou amados viajavam.
Por volta da metade do século XVIII, uma muda foi plantada na Itália, no Jardim de Caserta e se transformou na mais famosa cameleira de todos os tempos. Viveu 153 anos e chegou até à altura de 8 metros.

PARA DECLARAR O AMOR

Já dissemos antes que, atualmente, as pessoas reconhecem apenas as rosas vermelhas, como símbolos para uma declaração de amor. Para os ciganos, no entanto, muitas outras flores têm o mesmo significado e uma delas é a tulipa, que não é facilmente cultivada nem encontrada no Brasil.
Mesmo assim, já podem ser encontradas mudas aclimatadas que, com certeza, logo estarão popularizadas, desde que as pessoas saibam que elas representam uma das mais belas e significativas declarações de amor.
Para isso, devem ser remetidas em buquês de cores variadas ou naquela preferida pela pessoa amada.
Observação: a tulipa está intimamente associada à Holanda, onde é considerada a flor nacional. O que muita gente não sabe, no entanto, é que essa flor de rara beleza é originária da Turquia e foi levada para a Europa por volta do século XVI.
Foi na Holanda, no entanto, onde se aclimatou total e perfeitamente. Para se ter uma idéia da beleza dessa flor, basta lembrar que já foram catalogadas aproximadamente 2.000 variedades, nas mais variadas e inesperadas cores.

PARA PREPARAR O TERRENO

Obviamente os tempos eram outros e a conquista tinha um significado todo especial, pois os encontros eram muito difíceis e para um homem ficar a sós com uma mulher era preciso muita arte e muita conversa para convencê-la e, ao mesmo tempo, livrar-se dos vigias.
Uma das maneiras mais galantes de um homem sinalizar a uma mulher que estava interessado nela, que seus sentimentos eram sinceros e que ele iria iniciar o jogo da conquista era mandar para ela um solitário lírio branco.
Observação: conta uma lenda cigana que uma princesa era muito desejada por todos os jovens da sua tribo e das tribos vizinhas. Todos eles mandavam enormes buquês de rosas, tulipas, malvas, hortênsias e outras flores, na esperança de conquistar seu coração.
A princesa, no entanto, vivia suspirando por um tipo diferente de amado, que parecia existir apenas em sua cabeça e em seu coração. Um dia, porém, ela recebeu um solitário lírio branco. Curiosa, desejou saber quem era o jovem que era tão diferente dos outros.
Assim ela o conheceu e se apaixonou, pois ele havia conseguido despertar a sua atenção pela originalidade.

PARA ELOGIAR UMA MULHER

Hoje em dia é muito fácil qualquer homem se aproximar de uma mulher e lhe fazer um elogio. É até uma maneira galante de iniciar uma conversa e até um romance, pois as relações são mais livres.
Antigamente, isso não era possível. As donzelas eram extremamente vigiadas e qualquer tentativa de aproximação podia resultar em severas represálias.
Os enamorados viviam, então, procurando uma forma de se comunicar e a Linguagem das Flores se desenvolveu em cima disso. Para dizer a uma mulher que ela era encantadora, adorável, bela, desejada e amada, bastava mandar para ela um buquê de margaridas rainhas azuis ou amarelas.
Se ela em troca mandasse uma solitária margarida rainha rosa ou violeta, significava sua aprovação para a continuação da corte.
Observação: conta uma lenda que um casal de ciganos havia se apaixonado, mas apenas podiam se comunicar em rápidos olhares, já que ambos estavam prometidos para outras pessoas, em casamentos já arranjados por seus pais.
Não tendo como conversar pessoalmente, ele mandou para ela uma margarida azul, que significava o quanto ele a achava bonita. Ela devolveu uma margarida cor-de-rosa, que significava que ela acreditava na sinceridade dele.
Ele mandou uma violeta amarela, significando o quanto ele a amava. Ela devolveu uma margarida violeta, dizendo que estava disposta a seguí-lo para onde ele quisesse levá-la.
Naquela mesma noite os dois fugiram. Os pais de ambos procuraram em toda parte, mas o casal de jovens simplesmente sumiu, transformando-se em lenda.

PARA MANTER O AMOR EM SEGREDO

Aqui no Brasil as pessoas têm uma predileção toda especial pelas pequenas violetas, usadas para enfeitar ambientes, desde residências até austeros escritórios. Em toda parte elas ficam bem pela elegância e pele beleza de suas flores.
Na tradição cigana, a violeta era usada para manter o amor em segredo. Se um cigano se declarava a uma cigana e lhe entregava uma violeta, era sinal de que ele não podia assumir de imediato o relacionamento, mas que o faria em breve.
Se ela aceitava a flor, dava seu sim. Se a devolvia, significava que recusava aquele amor.
Observação: quando uma cigana ganhava uma violeta e ficava com ela, trata de escondê-la como o mais precioso de seus segredos, pois tê-la consigo era uma declaração de seu envolvimento com um homem comprometido ou impedido de assumi-la por algum motivo.

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